terça-feira, 19 de julho de 2011

Desordem gera debandada, enfraquece PR e fortalece PSDC no Acre

Integrantes do Partido da República (PR) no Acre não veem rumo para a legenda em âmbito estadual e decidem buscar novos ares. PSDC vai ganhar novos membros.
Graça Lima e os representantes do PSDC no Acre, Gleydson Menezes (esq.) e Afonso Fernandes



Desorganizado. Sem rumo. Sem direção. Sem norte. Sem administração. Todas essas expressões podem ser aplicadas ao Partido da República (PR) no Acre.
Sem ao menos ter um presidente estadual, desde a destituição de Júnior Betão no início deste ano, a legenda está enfraquecida a partir desta semana, depois que 37 filiados, sendo 9 aptos a disputarem as próximas eleições, abandonaram o barco.
Devidamente equipados com coletes salva-vidas eles deixaram a nau sob o comando de Nilson Areal, prefeito do município de Sena Madureira, que deve assumir a presidência estadual em breve e terá pouco mais de 60 dias para buscar novos aliados, já que no fim de setembro se encerra o prazo para filiações partidárias.
O partido ainda tem como representante o deputado estadual Hélder Paiva, que, segundo informações, não pretende assumir nenhum cargo dentro da legenda, desejando apenas cumprir seu mandato como parlamentar.
PSDC ganha força com a debandada
Durante a segunda e esta terça-feira, os insatisfeitos estiveram no Fórum Eleitoral de Rio Branco para oficializar o desligamento do partido.
A presidente municipal da legenda, Graça Lima, 36 anos, era uma das presentes. Ela representou o partido por 15 anos, ingressando quando ainda era chamado de PL, em 1996.
– Vou sair do PR, mas meu coração fica lá dentro. A decisão foi tomada simplesmente por falta de organização. Uma andorinha só não faz verão. Se a direção municipal trabalha e a estadual não, não funciona. Tentamos conversar com a direção nacional do partido, com o Nilson Areal, que deve assumir a presidência estadual em breve, mas não houve acerto nenhum. O PR não tem uma direção, um sentido. Falta conversa entre os representantes tanto da nacional quanto da estadual. O Nilson ficou de conversar com a gente, mas até agora nada. Não podemos ficar de braços cruzados esperando, pois em setembro deste ano acaba o prazo para ingressar em outro partido – disse ao justificar sua decisão de deixar o PR.
Graça atuou como professora temporária de 1992 a 2008, quando se aposentou por causa de um problema na visão. Foi coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do bairro Tancredo Neves, em Rio Branco, de 2008 a 2010, e atuou também no setor de Concessão da Prefeitura de Rio Branco, entre 2000 e 2006.
Em 2008 foi candidata à vereadora em Rio Branco. Na disputa não foi eleita, mas ganhou o direito de ser suplente dos vereadores Elias Campos e Raimundo Vaz, ambos do Partido Republicano Paulista (PRP). Ao deixar o PR, Graça está abrindo mão de sua suplência na Câmara de Rio Branco. Sua vaga deve ser ocupada por Clézio Moreira, segundo ela mesmo informou.
O destino de Graça Lima na política deve ser o Partido Social Democrata Cristão (PSDC). De acordo com ela, já houve conversar com o deputado estadual Éber Machado para sua associação a legenda.
– Escolheu ingressar no PSDC por querer continuar apoiando o trabalho feito pela administração da Frente Popular do Acre, que tem evoluído bastante nos últimos anos. Recebi propostas de partidos da oposição, agradeço, mas é algo que precisa haver química. Não só eu, mas outros também devem buscar o PSDC assim como outras legendas que tenham representatividade no Estado – afirmou.
Futuro do PR no Acre
Da direção municipal do partido, segundo informações obtidas pela reportagem do vejaanoticia.com, apenas o 1º secretário deve permanecer.
Triste por ter que deixar o partido que defendeu por uma década e meia, Graça diz não ter ideia de qual será o futuro da legenda no Estado. E avisa que novas saídas devem ocorrer em breve, inclusive no interior.
– O futuro do partido vai depender do Nilson Areal, que deve ser o presidente estadual. Ele tem pouco mais de dois meses para buscar filiados. Estamos saindo de um grande partido, mas que no Acre não tem representatividade. É o partido que tem mais tempo de TV no Estado depois do PT. São mais de 7 mil filiados somente em Rio Branco, mas é desorganizado. Possivelmente outros integrantes do PR devem se desligar em breve, incluindo vereadores de cidades do interior – alertou.
Segundo ela, a direção nacional do PR não parece ligar muito para o que estah acontecendo no Estado.
– Creio que o presidente nacional, Waldemar da Costa Neto, não deve saber o que se passa com o partido no Acre. Todas as vezes que falamos com ele sempre se mostrou disposto a organizar as coisas, arrumar a casa. Mas nos últimos meses só temos conseguido falar com o secretário que pede que falemos com o Nilson Areal e a coisa continua na mesma. Por isso, vamos buscar uma nova casa – encerrou Graça Lima.

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